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quarta-feira, abril 24, 2024
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Em audiência, deputado pede plano operacional que contemple a Baixada Fluminense, Itaboraí, Maricá e o Centro da cidade

 

O sistema do BRT Transbrasil na Avenida Brasil não terá como operar até o ano de 2020, de acordo com o secretário estadual de Transportes, Delmo Pinho. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 2, durante audiência pública da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) em conjunto com a Comissão Especial da Região Metropolitana, no Palácio Tiradentes.

 

No entanto, a Secretaria Municipal de Transportes sinaliza para a possibilidade da operação iniciar de forma parcial a partir do segundo semestre do ano que vem. Diante disso, estado e município buscam um plano operacional integrado para a execução e conclusão dos trabalhos. O BRT Transbrasil será o quarto modal desse tipo a funcionar na cidade e vai ligar o bairro de Deodoro à Central do Brasil com ônibus articulados.

 

– Necessitamos de um modelo de plano operacional entre município e estado, e a decisão que vai ser dada na Avenida Brasil tem que ser de interesse de todos. Não é uma decisão municipal apenas, e a prefeitura entendeu que é necessária uma ação de cooperação antes de ter uma definição, porque o BRT tem sistema de portas diferentes e o desembarque é feito pelo lado esquerdo – comentou Delmo. Ainda de acordo com o secretário, as reuniões sobre o plano operacional já estão sendo realizadas.

 

Já o coordenador de planejamento da Secretaria Municipal de Transporte do Rio, Eloir Faria, considera a possibilidade de o trecho entre Deodoro e a Rodoviária ser inaugurado em agosto de 2020.

 

– Quatro terminais já devem estar prontos: Deodoro, Missões, Margaridas e Rodoviária, além de 17 estações intermediárias – disse Eloir. Ainda segundo ele, após a conclusão dos trabalhos os usuários serão beneficiados com um ganho no tempo de viagem de uma hora e 15 minutos nos dois sentidos.

 

Richelle Cabral, diretora de mobilidade da Fetranspor, defendeu também um plano operacional integrado entre município e estado.

 

– O plano é a solução para podermos discutir vários pontos. O Transbrasil não pode ser visto como um empecilho e por isso é necessário um plano operacional para que tenhamos respostas – afirmou Richelle. Ela disse ainda que a Fetranspor tem ainda um projeto de mobilidade referente ao BRT, na Via Light.

 

O deputado estadual Luiz Paulo, membro da Comissão Especial da Região Metropolitana, também disse durante a audiência que sem um plano operacional integrado as obras não poderão ser concluídas completamente.

 

– Solicitei esta audiência pública para esclarecer todas as dúvidas sobre o tema. A Avenida Brasil é o portão de entrada do Rio de Janeiro e faz conexão com a Rodoviária, que recebe os ônibus que chegam da Rodovia Presidente Dutra, como os que vem de Juiz de Fora, da Baixada, da ponte Rio-Niterói e metrô. É necessário ter estas interconexões bem definidas. É impossível imaginar que em agosto de 2020 as obras do BRT estejam prontas. É necessário um Plano Operacional, onde estas perguntas sejam respondidas e que contemple a Baixada Fluminense, Itaboraí, Maricá e o Centro da cidade –  disse.

 

Ligação Ponte Rio-Niterói e Linha Vermelha

 

Durante a audiência também foi discutida a situação das obras de ligação entre a Ponte Rio-Niterói e a Linha Vermelha. Segundo Júlio Amorim, diretor superintendente da EcoPonte, após os trabalhos nas vias no fim do ano, 15 mil veículos vão deixar de usar o trecho do Caju para acessar a Linha Vermelha.

 

– Haverá diminuição de poluição sonora e emissão de monóxido de carbono. A ideia é desafogar o trânsito já que há uma disputa entre quem desce da Ponte e quem vai para o Centro – afirmou o superintendente da concessionária EcoPonte, que administra a Ponte Rio-Niterói, por onde passam 150 mil veículos por dia.

 

O presidente da Comissão Especial da Região Metropolitana, Waldeck Carneiro (PT), afirmou que a audiência foi importante para definir os papéis entre os órgãos do poder público envolvidos nas obras.

 

– Foi uma audiência muito importante por colocar em diálogo instituições e municípios que devem dialogar sobre uma obra que embora aconteça nos limites territoriais, que é o caso do BRT Transbrasil, impacta para muito além da cidade. E o que me chama a atenção é que há municípios que ainda desconhecem o plano operacional da obra do BRT que os afeta. Portanto, hoje a audiência contribuiu para dirimir algumas dúvidas e para realçar a importância de que esses municípios sentem e dialoguem. Daí, o papel do governo do estado na implementação efetiva da instância executiva da Região Metropolitana – afirmou Waldeck.

 

Para o presidente da Comissão de Transportes da Casa, Dionísio Lins (PP), a união entre as secretarias municipal e estadual de transportes vai trazer benefícios à população após a obras do BRT.

 

– Governo do estado e governo municipal chegando a um entendimento; ou seja, realizar uma bela obra para que o usuário saia ganhando. Isso que é o importante. E a população ganhou muito nesse entrosamento –  afirmou Dionísio.

 

Também participaram da audiência pública os deputados Eliomar Coelho (PSOL), Coronel Salema (PSL) e Renan Ferreirinha (PSB).

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