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quinta-feira, março 28, 2024

Maconha: remédio salva vida de criança com epilepsia

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Uma reportagem do portal Yahoo Notícias traz, nesta segunda-feira, 4, a história de Victor Martins, de Santos (SP), que descobriu a epilepsia com 1 ano e dois meses. Suas crises e espasmos chegaram a acontecer a cada dez minutos em determinado momento de sua vida, quando ele chegou a parar de falar e andar. Mas o garoto encontrou um recomeço com uso terapêutico dos canabinoides e agora raramente é vítima de crises.

 

Pacientes de doenças raras como a Síndrome CDKL5, e de outras bem mais comuns, como a Esclerose Múltipla, Alzheimer e Parkinson podem ser tratados com os diferentes tipos de produtos fitoterápicos canabinóides e poderiam se beneficiar com uma eventual decisão política, que abriria as portas do país para a importação dos medicamentos, ou ainda para a chegada de empresas estrangeiras especializadas no cultivo e na produção dos remédios.

 

Atualmente, de acordo com a reportagem, o custo dos medicamentos importados para o Brasil gira entre de 35 a 450 dólares segundo Viviane Sedola, CEO e fundadora da Dr.Cannabis, startup brasileira que faz a ponte entre pacientes, médicos prescritores e fornecedores internacionais de medicamentos. O frasco do remédio utilizado pelo paciente Victor Martins custa aproximadamente US$ 250,00, fora o frete, que gira em torno de US$ 120,00. Na dosagem atual prescrita para o tratamento, um frasco dura 20 dias.

 

A produção no Brasil implicaria, em tese, em uma redução de custos para pacientes e para o sistema público de Saúde.

 

“A não ser que fique como a Anvisa estava querendo”, afirma o neurocirurgião Pedro Pierro, médico que passou a prescrever medicamentos à base Cannabis nos últimos anos. É mais fácil trabalhar com plutônio do que com plantação de cannabis. Parece um bunker, tudo fechado, duas portas, iluminação artificial, ventilação artificial. Produzir cannabis no Brasil e na Finlândia seria a mesma coisa.”

 

A visão coincide com a de Sedola, da Dr. Cannabis: “A gente está no Brasil, a gente tem solo, luz, tem todos os benefícios, e a gente vai ter que criar uma caixinha que elimina a maioria desses benefícios e encarece a produção de forma que provavelmente o cultivo no Brasil não vai ser economicamente viável ou competitivo”.

 

Votação

 

O voto do diretor-presidente William Dib foi longo, emocionado e favorável. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discute o assunto há pelo menos cinco anos, depois que a família da menina Anny Fischer conseguiu autorização na Justiça para fazer a importação do óleo composto de Cannabis para o tratamento dos sintomas de um tipo raro de epilepsia.

 

Entretanto, após o voto de Dib na última reunião de diretores da agência para deliberar sobre a regulamentação, realizada no último dia 15 de outubro, os diretores Fernando Mendes e Antonio Barra Torres não hesitaram em pedir vistas assim que tiveram a oportunidade. O primeiro levantou questionamentos sobre o texto que diz respeito ao registros dos produtos. O segundo, o médico militar e contra-almirante da Marinha indicado pelo atual governo, levantou questões de segurança no cultivo da planta para fins de pesquisa para o uso medicinal.

 

Ainda de acordo com a reportagem, a preocupação com a segurança dos locais de cultivo e plantio é compreensível em um país que há pelo menos um século não vê outra maneira de tratar a planta, a não ser como “caso de polícia”. Administrar o cultivo e uso de Cannabis parece ser o grande paradigma de um Estado que não abre os olhos para o uso terapêutico dos canabinoides e não enfrenta a planta – e nenhuma outra droga ilícita – como assunto de Saúde pública.

 

“Se essa proposta não é segura, então qual é? Como que é seguro em outros países e está sendo utilizado em vários países e não se questiona a necessidade de utilizar? Alguém tem que produzir, e se alguém tem que produzir, quais são as condições necessárias?”, questiona Leon Garcia psiquiatra e ex-diretor da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, órgão que integra o Ministério da Justiça, entre 2013 e 2016.

 

“Já é uma proposta muito cautelosa, com muitas críticas”, avalia. “ Tem gente que acha que é cauteloso demais, ou que os custos são muito elevados, o que levaria a uma exclusividade da produção industrial e no caso da Cannabis há uma tradição se formando de gente que tem o cultivo em casa, e a resolução da Anvisa não prevê isso”.

 

Fonte: Yahoo

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